Roteiro de Arte Contemporânea e Moderna no Alto Minho
O Alto Minho é uma das maiores montras da arte contemporânea e moderna, em Portugal.
A região do norte português é muito visitada por entusiastas e artistas que procuram, aqui, inspiração e a possibilidade de ver o trabalho de artistas de renome.
Uma das cidades minhotas mais visitada e que apresenta mais obras contemporâneas e modernas é Viana do Castelo.
A cidade vianense tem no seu “portefólio” a Praça da Liberdade, a Biblioteca Municipal, o Centro Cultural, a Ponte Eiffel e o Santuário do Monte de Santa Luzia.
Todas elas, obras de grande destaque na história da arquitetura portuguesa.
Se, antes de as visitar, quiser saber mais detalhes sobre cada um destes espaços, veja o nosso roteiro de arquitetura de Viana do Castelo.
Mas, além da cidade vianense, há outros locais no Alto Minho com uma forte oferta artística contemporânea e moderna para visitar.
Vila Nova de Cerveira, por exemplo, é a segunda cidade minhota com maior presença de arte moderna e contemporânea, logo atrás de Viana do Castelo.
Em Vila Nova de Cerveira, pode, por exemplo, visitar:
Já nas restantes cidades do Alto Minho tem estes locais:
- Edifício do Gabinete Terra do Município de Ponte de Lima
- Central Hidroelétrica de Paradamonte, em Ponte da Barca
- Centro de Estudos e Interpretação Ambiental da PPCB, em Paredes de Coura
- Escultura ao Recontro de Valdevez, em Arcos de Valdevez
- Biblioteca Municipal de Caminha
- Ponte Metálica sobre o Rio Minho, em Valença
- Parque Termal do Peso, em Melgaço
Quer conhecer mais detalhes sobre cada um?
Então, continue a ler o nosso artigo e fique a par de todos os pormenores modernos e contemporâneos que estão englobados nestes espaços.
Cervo de José Rodrigues, em Vila Nova de Cerveira
O Cervo, em Vila Nova de Cerveira, é uma escultura desenvolvida pelo famoso artista José Rodrigues.
Situa-se no alto do Monte da Encarnação e foi inaugurada em 1985.
Na época, José Rodrigues era um dos artistas mais prestigiados da escultura portuguesa.
Em Portugal, desenvolveu várias esculturas em bronze, em metais e em pedras.
Segundo relatos históricos, o escultor tinha muito apreço pelas matérias e tinha a opinião de que a arte era uma forma de unir contextos urbanos e paisagens.
O Cervo, em Vila Nova de Cerveira, é um dos exemplos de como José Rodrigues aliava a escultura com os contextos históricos de cada local.
Isto porque o animal cervo é a figura principal da vila e está, inclusive, associado à origem do nome de Vila Nova de Cerveira.
E porque é o cervo a figura principal desta vila?
Tudo por causa da lenda do “Cervo Rei”.
A lenda do “Cervo Rei” diz que este terá vencido, com a sua manada, todos os invasores humanos que se queriam apoderar daquela vila.
O objetivo era que aquele local fosse, para sempre, reservado exclusivamente para animais.
Posteriormente, num segundo confronto, a lenda diz que o “Cervo Rei” derrotou, sozinho, um cavaleiro português e deu-se, aí, a origem da Vila Nova de Cerveira.
Verdade ou não, o certo é que devido a esta lenda, o animal cervo tornou-se a figura principal de Vila Nova de Cerveira.
E, nesta escultura, o artista José Rodrigues quis-lhe prestar homenagem, unindo a vila à sua própria lenda urbana.
A escultura foi feita em ferro e está estabelecida em quatro pilares de betão para assegurar a sua estabilidade e destacar-se no meio de toda a envolvente da vila.
A forma como foi desenvolvida faz com que seja possível vê-la ao longe, num raio de, aproximadamente, 10 Km.
No entanto, vale a pena visitar e ver o Cervo de perto, também devido à sua localização.
Além da magnifica obra, no local é possível desfrutar de uma vista fantástica do Vale do Minho e da Galiza.
O Cervo de José Rodrigues é, por isso, paragem obrigatória para todos os entusiastas da arte contemporânea e moderna que visitem o Alto Minho.
Fórum Cultural de Cerveira, em Vila Nova de Cerveira
O Fórum Cultural de Cerveira é o local onde acontece uma das principais exposições de arte contemporânea e moderna de Portugal: a Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira.
O evento acontece de dois em dois anos e é responsável por trazer arte contemporânea à vila.
Porém, as exposições de arte contemporânea e moderna neste espaço não estão limitadas à Bienal de Cerveira.
O Fórum Cultural de Cerveira tem, também, um museu que recebe, ao longo do ano, várias exposições temporárias e que reúne obras das várias edições da Bienal, desde 1978 até aos dias de hoje.
No total, o Museu do Fórum Cultural de Cerveira reúne cerca de 700 obras de arte. Tanto de artistas nacionais, como de artistas internacionais.
Em 2019, o museu chegou, mesmo, a ser distinguido como o “Melhor Museu Português do ano” pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM).
Por isso, se é fã de arte contemporânea e moderna e vier de férias ao Alto Minho, visite o Fórum Cultural de Cerveira, especialmente se for na altura em que decorre a Bienal internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira.
E se quiser ficar a conhecer um pouco mais sobre as obras expostas no museu, pode facultar um áudio-guia ou uma visita guiada por técnicos especializados em arte contemporânea e moderna.
Roteiro das Artes, em Vila Nova de Cerveira
Vila Nova de Cerveira é conhecida como a vila das artes.
Isto acontece porque é possível vislumbrar várias obras de arte espalhadas por toda a vila.
Apesar do Cervo de José Rodrigues ser a mais conhecida, há muitas outras obras em Vila Nova de Cerveira que merecem ser destacadas e mencionadas neste artigo.
E que além de serem mencionadas, também merecem a sua visita.
A própria Camara Municipal da vila desenvolveu um Roteiro das Artes que indica quais são as obras que os amantes do contemporâneo e do moderno têm mesmo de visitar.
São elas as seguintes:
Abel e Caim – Escultura de Alberto Vieira que representa os filhos de Adão e Eva.
Alto Relevo – da autoria de Artur Moreira.
Avecristo – escultura de Manuel Patinha desenvolvida com aço, bronze e granito.
Banco Ondulado – estrutura feita em granito, da autoria de Silvério Ribas, com um formato ondulado. Está localizada frente ao Solar dos Castros.
Catedral – escultura de madeira e resinas, da autoria de Isabel Cabral e Rodrigo Cabral, que é um exemplo de linguagem para-surrealista e experimental e que combina a plasticidade do aço corten à vista com material policromado.
Dólmen Galaico Duriense – escultura da autoria de Manuel Patinha, desenvolvida com aço, bronze e granito.
Enamorados – escultura da autoria de Maria José Caramez.
Esforço – escultura do mesmo autor do Cervo, José Rodrigues, composta por elementos de ferro, uma pedra suspensa e um repuxo de água. Está situada junto do jardim e da igreja matriz de Vila Nova de Cerveira.
Evolution and Theory – obra do escultor e pintor contemporâneo israelita Zadok Ben-David, resultado da sua exposição realizada em Vila Nova de Cerveira no ano de 2003.
Granito-Ritmo – escultura da responsabilidade de Clara Meneres, desenvolvida em ferro e granito.
Homenagem Orgânica – escultura de João Antero, situada no Largo do Terreiro.
Lembranças de uma noite de Verão – obra de Xuxo Ora Claro, que representa pegadas e está localizada em frente à Casa do Turismo de Vila Nova de Cerveira.
Memorial aos Cerveirenses Falecidos na Guerra Colonial – escultura de Sousa Pereira que apresenta a figura de uma mulher com olhar longínquo e uma carta na mão. Nesta escultura, o autor optou por não realçar a figura do combatente, mas sim homenagear a coragem das mulheres que aguardavam o regresso dos seus maridos.
Mural comemorativo dos 25 anos da Bienal de Cerveira – painel de pintura manual feito por Acácio de Carvalho e que está localizado na empena do edifício contíguo à sucursal do Millennium BCP na Praça do Alto Minho, no centro da Vila das Artes.
Navegações – mais uma obra do escultor José Rodrigues. A sua estrutura é feita em metal e a obra foi criada para homenagear os pescadores e navegantes. Está situada no Parque do Castelinho, junto ao Rio Minho.
O Rei Veado – mais uma contribuição artística de Zadok Ben-David para Vila Nova de Cerveira. Trata-se de uma escultura feita em bronze, localizada na rotunda sul da vila, na EN13. A sua forma apresenta a figura de um veado.
Ponte da Cultura – obra do artista Arcádio Blascos.
Por cada árvore interrompida o crescimento de uma floresta – obra de Carlos Marques que combina ferro, bronze, pedra e elementos naturais.
Rio, Água e Sangue – obra com luzes neón de Silvestre Pestana. Tem seis metros de altura e apresenta-se como uma agulha de luz. É composta por doze barras de néon linear de cores branco, azul e vermelha.
Seara Mecânica – obra de Carlos Barreira que combina ferro e pedra.
S. Sebastião – escultura em pedra de Manuel Rosa.
Percorra este roteiro e deixe-se deslumbrar pela arte espalhada ao longo das ruas de Vila Nova de Cerveira.
Um roteiro de luxo que todos os amantes de artes devem percorrer.
Central Hidroelétrica de Covas, em Vila Nova de Cerveira
Neste momento, deve estar a colocar a questão “Porque está uma Central Hidroelétrica incluída num roteiro de arte?”.
Mas, a verdade é que a Central Hidroelétrica de Covas apresenta detalhes artísticos fascinantes na sua arquitetura.
O edifício foi construído em alvenaria de granito e apresenta estruturas de madeira e telha cerâmica.
A planta do edifício é retangular e na frontaria, voltada a sul, a fenestração é feita por vãos retangulares, uma porta encimada por janela no corpo esquerdo e janela/porta enquadrada por duas janelas no corpo direito.
Um marco da arquitetura contemporânea e moderna portuguesa no Alto Minho que, por isso mesmo, merece ser considerado uma verdadeira obra artística e merece ser visitado.
Edifício do Gabinete Terra do Município de Ponte de Lima
O Edifício do Gabinete Terra, em Ponte de Lima, é um ponto de atração turística do Alto Minho.
Pois, além de ser um edifico focado na promoção do Concelho e dos eventos de Ponte de Lima, é também uma obra emblemática de arquitetura moderna do arquiteto João Álvaro Rocha.
A sua obra procura simbolizar, através dos traços arquitetónicos, a dinamização sociocultural e económica do Concelho.
Central Hidroelétrica de Paradamonte, em Ponte da Barca
A Central Hidroelétrica de Paradamonte, em Ponte da Barca, é outra obra artística da arquitetura moderna e contemporânea portuguesa.
É um edifício ocre, comprido e bastante elegante, com grandes janelas verticais.
Foi a primeira grande central hidroelétrica de Portugal e entrou em funcionamento em 1922.
Centro de Estudos e Interpretação Ambiental da PPCB, em Paredes de Coura
O Centro de Estudos e Interpretação Ambiental da PPCB, em Paredes de Coura, foi obra da Junta de Colonização Interna no século XX.
Mais tarde, foi recuperada e renovada para uma arquitetura moderna e contemporânea.
Foram adicionados novos volumes que se relacionam com os que já existiam e que mantêm distâncias suficientes para possibilitar a observação individual de cada um.
A materialização dos novos volumes é executada com revestimento exterior de madeira, de modo a se destacarem dos edifícios que já existiam.
Desta forma, quem visita o Centro de Estudos e Interpretação Ambiental da PPCB, em Paredes de Coura, consegue perceber as diferenças entre os volumes feitos antes da renovação e os volumes edificados após a renovação.
Na recuperação do espaço, foi, ainda, acrescentado um grande maciço arbóreo, o que faz com que o edifício principal surja como o negativo de uma grande massa construída.
Já a praça coberta situada por baixo do edifício foi projetada como uma ilha artificial para se destacar do restante pavimento natural.
Com todas as renovações feita, o Centro de Estudos e Interpretação Ambiental da PPCB, em Paredes de Coura, tornou-se um dos maiores marcos da arquitetura contemporânea e moderna do Alto Minho, sendo, por isso, um dos locais obrigatórios de visitar por quem queira percorrer este roteiro de arte da região.
Escultura ao Recontro de Valdevez, em Arcos de Valdevez
Uma escultura com história.
É o caso da Escultura ao Recontro de Valdevez, em Arcos de Valdevez, mais uma obra da autoria de José Rodrigues.
Esta escultura, feita em bronze e pedra, representa um dos momentos mais marcantes da história de Portugal.
E que momento é esse?
É o momento em que os exércitos de D. Afonso Henriques e Afonso VII de Castela e Leão se encontram na beira-rio dos Arcos de Valdevez e protagonizam um torneio medieval.
Este torneio ganhou o nome de Recontro de Valdevez e evitou uma batalha campal.
Ao invés de protagonizarem uma batalha, selecionaram os melhores cavaleiros de ambos os lados e lutaram num torneio. Desta forma, evitou-se que houvesse sangue no confronto.
Quem ganhou o torneio foram os homens de D. Afonso Henriques que, com isso, conseguiram antecipar a independência do Condado Portucalense.
Este momento é um dos mais importantes na fundação de Portugal e, por esse motivo, merecia ser assinalado.
A homenagem chegou, assim, na forma da escultura concebida por José Rodrigues e que pode ser observado de perto no Campo do Trasladário, em Arcos de Valdevez.
Biblioteca Municipal de Caminha
A Biblioteca Municipal de Caminha não é apenas mais uma biblioteca.
É uma obra de arte da arquitetura moderna e contemporânea.
Seja pelo facto de ter partes do piso superior suspensas sobre a rua ou pelas suas grandes superfícies vidradas que aproveitam a luz natural, são notórias várias linhas modernistas presentes neste edifício.
Como, também, não tem divisórias entre os diferentes espaços da biblioteca, o interior transmite uma fantástica sensação de espaço e amplitude a quem a visita.
O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Nuno Brandão Costa que apostou no granito como matéria principal desta obra.
Seja fã de uma boa leitura ou não, visite a Biblioteca Municipal de Caminha para apreciar de perto a sua bela arquitetura.
Ponte Metálica sobre o Rio Minho, em Valença
A Ponte Metálica sobre o Rio Minho, em Valença, é uma obra arquitetónica que remonta a 1886.
Nasceu de um acordo entre os governos de Portugal e Espanha em 1879 e foi projetada pelo engenheiro espanhol Pelaio Mancebo.
O projeto foi desenvolvido para facilitar o câmbio de mercadorias entre os dois países que, antes da construção da ponte, apenas tinham a possibilidade de o fazer pela via fluvial.
Da necessidade de facilitar o comércio entre Espanha e Portugal, nasceu, assim, uma obra de arquitetura moderna e contemporânea icónica do Alto Minho.
Entre os principais traços arquitetónicos que merecem destaque, está, por exemplo, o facto de ser toda construída em ferro e ser a única ponte com duplo tabuleiro rodo e ferroviário, estando os dois tabuleiros ligados por vigas oblíquas cruzada.
A nível arquitetónico destaca-se, ainda, os passeios laterais, os pilares de alvenaria e cantaria, de planta subcircular, e dois pegões-encontro, quadrangulares, de dois registos, sendo o inferior com olhal em arco de volta perfeita e o superior com dois arcos do mesmo perfil de acesso aos passeios.
Se vem de férias para o Alto Minho, aproveite para dar uma caminhada pela ponte e ver de perto todos estes excelentes detalhes da arquitetura moderna e contemporânea portuguesa.
Parque Termal do Peso, em Melgaço
Para quem quer aliar momentos relaxantes e visitas a obras de arquitetura moderna e contemporânea durante as suas férias no Alto Minho, o Parque Termal do Peso, em Melgaço, é o sítio ideal para visitar.
Além dos serviços de spa e tratamentos termais que oferece, o parque é uma das obras de arquitetura moderna e contemporânea mais famosas no Alto Minho.
O edifício da fonte principal é bastante eclético e conjuga elementos de ferro com elementos decorativos de Arte Nova e Arte Deco.
Já o balneário apresenta uma construção coeva combinada com elementos neoclássicos e com a linguagem romântica, muito habitual na arquitetura termal do século XX.
Toda a arquitetura do Parque Termal do Peso, em Melgaço, foi projetada para harmonizar com a paisagem que o rodeia e criar, desta forma, uma atmosfera relaxante para quem o visita.
Visitar o Parque Termal do Peso, em Melgaço, é, por isso, uma ótima forma de passar um dos dias das suas férias no Alto Minho.
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O hotel está localizado no centro da cidade vianense e inclui serviços de SPA, bar e restaurante que, aliado ao conforto dos nossos quartos, tornam as suas férias inesquecíveis.
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